A influência religiosa islâmica foi trazida para o Brasil pelos portugueses, através dos Mouros de Portugal e dos negros escravizados provenientes de países de tradição islâmica dominados por árabes como Nigéria, Benin e Guiné conhecidos como malês.
No Brasil o grupo do Centro Cultural Islâmico da Bahia é um grupo coeso, que tem regras e papéis sociais bem definidos segundo consta nos livros sobre a religião que são distribuídos, e essas regras são acatadas pelos integrantes do grupo.
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| Alguns dos livros distribuídos no trabalho de divulgação da religião islâmica pelo CCIB. |
Há um líder religioso, o Sheikh, que tem papel fundamental na construção do conhecimento sobre as regras e papéis do grupo. O centro islâmico tem papel principal na vida de seus integrantes, posto que organiza a vida dos integrantes no sentido político, social e religioso. O centro apresenta alguns cargos administrativos. Segundo o grupo, independente da pessoa ser médico, advogado ou o que for, lá dentro são iguais, todos lavam o prato, limpam o ambiente, não há uma hierarquia neste sentido.
O centro apresenta importância, pois propicia um ambiente próprio para a união de pessoas que fazem parte do mesmo grupo religioso, e que tem objetivo comum de estudar e aprender sobre o islamismo, o aprendizado da língua árabe também faz parte da difusão da religião islâmica. Com relação a frequência, o grupo disse que a participação da mulher no centro não é obrigatória, já para os homens há essa relação de obrigatoriedade.
Para entrar no centro islâmico é simples, a pessoa precisa repetir três vezes a frase: “Lá ilaha ilá Allah Mohamad Rasul lillah” – algo que traduz-se como “Não existe Deus a não ser Deus e Muhammad é seu profeta”.
Os pilares da religião, segundo o grupo, são:
• Crença em Deus único; Crença nos anjos;
• Crença nos livros sagrados;
• Crença nos mensageiros e profetas;
• Crença na ressureição e juízo final e
• Crença na predestinação.
No centro islâmico há atividades todos os dias, menos aos domingo: De segunda a sexta há diversos cursos funcionando de 08:00 às 22:00, e aos sábados de 08:00 h às 12:00. Há cursos sobre a cultura islâmica e a língua árabe. Há atividades culturais nos sábados. Além de uma biblioteca aberta ao público.
Os valores e crenças do Islamismo, de uma forma geral, não são coesas, pois apresenta diversos subgrupos, onde os principais são sunitas, xiitas e surfismo, porém estima-se que existem mais de 100 subgrupos no islamismo. Dentro de cada subgrupo há interpretações diferentes, que muitas vezes se assemelham ou discordam de forma radical do outro, porém dentro dos subgrupos. No grupo que pesquisamos, o Centro Cultural Islâmico da Bahia (CCIB) a linha seguida é sunita.
Há diferença na prática do islamismo daqui e de outros lugares, no sentido que aqui, segundo o grupo, os islâmicos precisam ser pragmáticos, ou seja, fazer uma adaptação a cultura local diante à jurisdição da religião. Por exemplo, como estão na Bahia, há uma flexibilidade na forma de considerar ou não considerar algumas coisas. O CCIB há uma predominância de adeptas mulheres e por isso há uma dificuldade para que haja relacionamentos entre casais muçulmanos, no sentido de encontrar um marido muçulmano. Nesse sentido, algumas mulheres utilizam redes sociais, como sites de relacionamentos de relacionamento voltado para o público muçulmano (o que falamos mais abaixo).
Para frequentar o centro não é obrigatório usar o véu, exceto no momento da oração, onde é preciso que as mulheres cubram o corpo, de forma que as curvas, e parte das suas cabeças estejam coberta. Para os homens a utilização de roupas compostas e boa educação é suficiente, segundo o grupo.
Pudemos observar que alguns homens assistiam o Sermão estavam com roupas tradicionais muçulmanas. Eles prezam bastante pela concentração para ouvir o que é dito pelo Sheikh.
Quando apresentamos a escala de distância social, não foi comentado pelo grupo uma dificuldade de encontrar trabalho, nem estabelecer relacionamentos de maneira geral. Mas houve dois casos em que os integrantes do centro relataram uma "diferença": um integrante contou que a sogra dizia "pra quê arrumar essas religiões que não é da sua cultura?", "pra que buscar uma religião lá de longe?"; e um outro integrante disse "as pessoas não sabem minha religião, mas eu digo a todo mundo." (!!!), daí ele contou que diz que é islâmico, mas as pessoas dizem "ah, pára cara", "fala sério", ou seja, as pessoas teimam em não acreditar que ele é islâmico. No caso do surgimento de alguma dificuldade nesse aspecto, os integrantes se mostram solidários em articular estratégias para combater essa dificuldade.
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